terça-feira, 1 de junho de 2010

O dogma democrático.


Em ano de pão e circo, questões atinentes ao regime democrático ganham maior relevo, ou pelo menos se pressupõe isso. Francamente, com minhas inclinações Marxistas, sempre fui cético quanto ser a democracia a melhor forma de governo, me parece, que a mesma padece do vício que é comum ao Socialismo, qual seja, nunca alcançar na práxis o que se propõe na teoria. Não obstante, a ressalva que a democracia, se reveste da aparência de "governo povo", tenho minhas dúvidas de quem seja esse povo. Porém, o que me deixa mais intrigado, é o status que foi concedido a democracia, tratada como bem maior de um povo, verdade absoluta, direito incontestável, vale ressaltar as precisas lições do premio Nobel de Literatura, o prof. José Saramago; "A democracia em que vivemos é uma democracia sequestrada, condicionada, amputada, Porque, o poder do cidadão, o poder de cada um de nós, se resume a tirar um governo que não gosta, por outro que é possível gostar". Enfim, não quero aqui ficar fazendo apologia a ditadura ou coisa do gênero, apenas entendo que seria pertinente, desmistificar certos tabus que se estabeleceram em volta da democracia ao longo dos últimos séculos, uma problematização que leve a novos caminhos ou modifiquem o atual cenário democrático.
No mais, quero deixar diretamente do IX Simpósio Nacional de Direito Constitucional, no qual não pude participar, no entanto, me mantive informado por meio do companheiro Willliam Ramos, que não só participou, como me trouxe algumas comunicações oriundas no evento.
Fica como reflexão, um excerto da comunicação feita pelo prof. Piergiorgio Odifreddi:
"Winston Churcill dizia que a democracia é a pior forma de governo, à parte todas as outras antes experimentadas. Sabia, porém, que o melhor argumento contra a democracia são cinco minutos de conversa com um eleito (ou político) médio. George Bernard Shaw definia a democracia como a garantia de não sermos governados melhor do que merecemos. e acrescentava que seu advento substituia a nomeação de poucos corruptos pela eleição de muitos incompetentes. Gustave Flaubert identificava o sonho da democracia como a elevação do proletariado ao mesmo nível de estupidez alcançado pela burguesia. Bertrand Russel observa que os eleitos não podem jamais ser mais estúpidos que seus eleitores."

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