Nossa modesta homenagem a esse magnífico escritor, que se notabilizou por dentre outras coisas, por uma árdua critica a Igreja.
Igreja: o maior estelionatário de todos os tempos
por: William ramos.
Antes de adentrarmos o cerne da questão, cumpre-nos estabelecer algumas diretrizes e parâmetros. Começando pelo conceito base-chave, de estelionato. Que segundo descrição do diploma repressivo penal, em seu Art. 171 celebra “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.(Grifo Nosso).
Nas lições da boa doutrina criminal, devemos atentar ao verbo do tipo, qual seja obter, no caso vantagem ilícita, em prejuízo alheio. E mais, o tipo penal em tela se configura a partir do binômio “Obter vantagem ilícita/em prejuízo alheio”. Ou seja, a vantagem obtida deve gerar prejuízo, auferível economicamente, a outrem.
Outrossim, constatado o binômio, atentemo-nos ao induzindo (a pessoa cria um erro, faz a vítima laborar nesse erro) ou mantendo (o erro é da vítima, mas sabendo do erro, faz com que ela permaneça nele). Posto a origem do erro, ou seja, seja ele criado pelo estelionatário ou, em decorrência de erro pré-existente, aproveita-se para manter a vítima em erro, a fins de locupletar-se em seu prejuízo.
Não podemos olvidar a origem do erro, elencando os meios que provoquem o erro ou garantam que a vítima permaneça em erro. Qual seja mediante artifício (Produto da arte. Habilidade, sagacidade. Simulação, fingimento. Obra pirotécnica.), ardil (Ação em que há astúcia; manha, artimanha, estratagema, estratégia, finura, sutileza). O Legislador, antevendo a criatividade para os meios fraudulentos acrescentou: “ou qualquer outro meio fraudulento”. Que é auto-explicativo.
Quanto a vantagem ilícita, temos que esclarecer que ela é ilícita em decorrência do meio pelo qual ela é obtida e não pela natureza do objeto.
Posto esses conceitos básicos e sintéticos. Compete-nos fazer a subsunção de algumas igrejas em relação ao tipo penal. Subseqüentemente os leitores poderão fazer a analise as demais religiões e entidades. Vejamos.
Escolhi a Igreja que é recorde no Brasil e que hoje vem se firmando como multinacional em vários países do mundo. Igreja Universal do Reino de Deus. Em visita a referida Igreja, ou até mesmo em seus programas televisivos, podemos constatar suas inúmeras “propostas”. Tais quais: “Derrubada do Golias” em que o fiel “dava” uma oferta em troca de uma “pedra” (afora a “troca” que configura um mútuo ou melhor uma compra e venda dissimulada), a qual seria lançada na cabeça do Golias. E pasmem! Havia um Golias desenhado!
Prossigamos. Outra Campanha era a “Campanha da Casa própria”, novamente aquele mútuo, e o fiel receberia uma chave, e passaria por dentro de um portal. Sim! Havia um portal (Entrada principal e monumental de um edifício). Afora isso, há as campanhas do “Copo d’água” Campanha do “Óleo Santo” e por aí afora. Sem mais delongas nas narrativas, faremos a subsunção.
O Pastor (e agora não discutirei o mérito da quadrilha de enganação; esse pastor a qual me refiro, é o que está na ponta dessa estrutura vertical) obtém vantagem ilícita, em prejuízo dos fiéis (prejuízo, por muita das vezes, em grandes somas – casa, carro, débito automático em conta ou parcelamento em cartão de crédito), por meio de artifício, engodo, simulação e sutileza, induz o fiel ao erro. Essa indução torna-se clara nas falas: “Deus manda te falar”, e nas promessas genéricas que, desde Mussolini, sabemos os efeitos.
Com duas ou três falas, envolvendo elementos cruciais, ele abarca toda Igreja, que, egoísta como é, pensa que Deus está falando especialmente a si. São alguns desses discursos: “Deus abrirá a porta da prosperidade” – todos querem; “Sua família será reestruturada” – Quase todos tem problema no lar; “Deus vai lhe dar saúde” - Alguém tem que ter algum problema, nem que seja a mais genérica, dor de cabeça. Some-se a isso que, no deslinde do culto, ou pelo menos na hora crucial, momento apelativo, em que ele citou a desgraça sofrida por alguém da bíblia a e o seu triunfo. Eis que entra em ação a trilha sonora, forte, comovedora e intrigante.
Bem, as pessoas que não se encaixam em nenhum desses problemas, basilares, são porque tem uma vida feliz e certamente não estará dentre aquela platéia.
Bem, feito as promessas, tem-se uma condição, “Desde que”, você faça o sacrifício. E aí teremos um argumento, testemunho ou justificativa baseadas as histórias de sempre (o mais absurdo é que levam em consideração que a bíblia é genuinamente a palavra de Deus). Como as estórias de José no Egito,-que foi vendido por seu irmão, mas deus o fez triunfar. Josué na Muralha de Jericó. Davi em suas batalhas. Jó e suas perdas e sua fé inabalável - fé cega, exemplo claro de alienação [como pode crianças nascidas e criadas ouvindo essas histórias não desejarem atirar-se frente aos World Trade Center’s?]. E assim sucessivamente. (Por mencionar as citações, lembrei que os filhos Esaú e Jacó já praticavam o estelionato. Por meio da trapaça e engodo – troca em um prato de sopa de lentilha-, Jacó conseguiu comprar a primogenitura e passando-se por Esaú, recebeu a benção do pai, então cego).
Coincidência, ou não, esse sacrifício tem que ser no bolso. Afinal, bendita é a passagem bíblica, “Deus te restituirá dez vezes mais”.
Posto isso, ficou claro o fato típico. O pastor obtém vantagem, economicamente apreciável, fruto de induzimento a erro, por meios de artifícios, diga-se de passagem, perniciosos.
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