sábado, 10 de abril de 2010

Ética e moral.


Em meio ao tsunami dogmático do 5° semestre de Direito, tenho intensificado o flerte com a Filosofia, sendo o escapismo tão buscado na sociedade moderna. Como recordar é viver, continuo vivendo a luz do legado deixado pelo Prof. André Coelho, assim nostalgicamente ao período de monitoria, retomo a discussão.

Faremos algumas distinções basilares a respeito da confusão corriqueiramente estabelecida entre ética e moral.

Ad initio, estamos diante de uma problemática no campo do que se convencionou chamar de filosofia pratica ou filosofia moral, assim:

Ética é entendida como a doutrina da vida boa. Formula uma concepção sobre o sentido da vida humana, o sentido da felicidade e o sentido do bem, tentando indicar que ações, virtudes e formas de vida são melhores ou preferíveis. Portanto, a pergunta com força fundante será; Qual é a vida boa?

Moral é entendida como a doutrina dos deveres. Fixa um criterio com que possamos identificar quais ações são obrigatorias ou proibidas em nossas interações com outras pessoas, sob condições de liberdade, igualdade, respeito e justiça. Pergunta com força fundante será: Qual é o meu dever?

Principal pensador da ética: Aristóteles, na obra "Ética a nicômaco".

Principal pensador da moral: Immanuel Kant, no obra "Fundamentação da metafísica dos costumes".

Dessa forma, convém ressaltar dois novos termos:

Teleológico (do grego "Telos"= fim) ÉTICA

Deontologico (do grego "Deons"= dever) MORAL.

Dito isso, podemos afirmar, apesar de relacionadas, elas não são sinônimas. Embora tenham a mesma natureza. No campo da Ética estão intrincados noções de felicidades, de caráter e de virtudes, enquanto no campo da Moral, estão discussões acerca de justiça, dever, punição, ação e intenção. Com isso, Éticas cada qual tem a sua; Moral é o que torna possível que diversas éticas convivam entre si sem se violarem ou se sobreporem umas às outras. Por isso mesmo, a moral prevalece sobre a Ética.

entretanto, existe um rol de deveres que são inerentes ao convívio social ordenado e, precisam ser resguardados, bem como garantidos, se não por corolário da razão, por sanções jurídicas. Por exemplo: Não matar, esse é um dever que em regra deve atender a todos os projetos de vida.

As duas coisa, claro, são indispensáveis. Sem moral, a convivência é impossível. Sem Ética, é infeliz e lamentável

Continuaremos o debate em próximos posts.

Um comentário:

Unknown disse...

"entende-se que uma vida boa, seria uma vida de busca ao conhecimento, enquanto outro individuo, entenda como vida boa, uma vida de culto ao corpo."

Não Kantianamente. Esse relativismo moral, embora na minha visão seja "relativamente" correta, a Kantiana foge a esses preceitos.
Aristóteles também. Um vida boa "é uma vida em equilíbrio", não se cuida só do corpo, nem tão somente da mente.

Mas quem sou eu, com meus humildes pronunciamentos, frente ao ex-monitor do grande e estimado Professor e Mestre, André Coelho.
Aproveitando essa ocasião para elevar-lhe meus votos de estima.