Durante o decorrer dessa semana, está havendo na Faculdade de Castanhal -FCAT- eleições abertas e diretas para o Conselho Superior da Instituição. Analisemos até que ponto isso foi um progresso.
De plano, cabe salientar a forma peculiar, por que não dizer escamoteada, pela qual tentou se revestir de democrático um evento que na sua essência foi manipulado. Senão observemos, o princípio da anterioridade que rege o sistema eleitoral fora sorateiramente simulado, ora, os avisos das eleições foram afixados nos murais na sexta-feira e, as eleições aconteceram na quarta-feira seguinte, ou seja, houveram apenas 5 (cinco) dias- sendo que dentro dos quais havia um fim de semana- de tal modo que, quaisquer interessados não teriam tempo hábil para mobilizar forças políticas e persuadir o eleitorado com suas propostas.
A rigor, não foi somente a falta de divulgação visual que maculou o certame, posto que não houve expressa definição das regras, bem como dos procedimentos e dos direitos políticos (aqui me refiro ao básico, votar e ser votado), No entanto, todas as vezes que se tentou buscar tais informações, o que se obteve foi um desencontar de idéias e uma obscuridade de razões.
Cabe ainda ressaltar, que houve um por assim dizer, um "erro" quanto ao numero da sala usada para votação, talvez levianamente, me arriscaria a dizer que foi uma erro muito conveniente. Portanto, tudo isso resultou na enorme abstenção dos discentes.
Não obstante, infere-se desses incontroversos fatos, um total e absoluto desrespeito pelos princípios constitucionais, tais como, a liberdade na sua modalidade associação, princípio do pluralismo político, princípio da soberania popular e o devido processo legal, todos pressupostos do Estado Democrático de Direito.
No mais, cabe consignar, um órgão da magnitude do CONSU, com força para mudar grade curricular, contestar aumento de mensalidades, pleitear maior qualificação dos docentes, reivindicar a homologação dos certificados de eventos ocorridos em outras instituições como horas complementares, assim por diante, seja relejado ao ostracismo de uma eleição fajuta.
Nessa esteira, subir a uma das vagas do CONSU, sem olvidar a precisa ponderação de Imnanuel Kant: "A posse do poder invariavelmente corrompe o livre julgamento da razão".
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