sábado, 26 de fevereiro de 2011

Diga não a Belo Monte.


Nessa postagem, pretendo expor os motivos pelos quais sou contra a implantação da Usina de Belo Monte e, para tanto irei elencar os pontos mais difundidos pelos opositores ao projeto. De antemão, o projeto ecoa um modelo de desenvolvimento velho, que o Brasil não deve nem precisa investir, tendo em vista que é absolutamente possível gerar a mesma quantidade de energia com impactos infinitamente menores.

1- Enquanto o mundo discuti alternativas sustentáveis para o desenvolvimento econômico, firmando-se o entendimento que não se pode dissociar economia de qualidade de vida, uma vez que a mesma só poderá ser obtida na integralidade com um meio ambiente equilibrado, isto é, tal modelo desenvolvimentista, torna-se, evidentemente, obsoleto frente as novas demandas globais, na medida em que é incontestável e talvez incalculável os danos ao meio ambiente e, portanto, a qualidade de vida de todos os cidadãos.

2- O custo da obra está estimado em 30 bilhões de reais, que devido aos desencontros de informações, ninguém sabe ao certo a porcentagem que será da incumbida ao Poder Público e qual a parte será da iniciativa privada. Contudo, o fato é que com metade dessa fortuna poderíamos custear um complexo eólico ou solar capaz de gerar a mesma potência para gerar energia, com um custo ambiental quase nulo.

3- Não se pode olvidar que, o ciclo ecológico da região mantém uma relação direta com o regime da chuva, conseqüentemente das secas e cheias dos rios e adjecentes. Portanto, uma alteração no curso natural do rio Xingu causará impactos não só ambientais, mas sobretudo sociais aos ribeirinhos. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, assim, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região.

4- Neste item, encontra-se o que pra mim configura-se no maior óbice a implantação do projeto da usina de Belo Monte, qual seja, os efeitos nefastos aos povos indígenas da região, aproximando-se tal ato de um verdadeiro genocidio, posto que, como já observou a ONU, não existem apenas genocídios físicos contra determinados grupos de pessoas, tal crime também se configura pelo extermínio da cultura, ou do direito de autodeterminação dos mesmo.

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