1- Prolegômenos:
Qualquer pessoa com o mínimo de entendimento acerca de cinema sabe que Quentin Tarantino é de fato um dos cineastas mais brilhantes da atualidade e, assistir um filme dirigido por tal, é certeza de diálogos memoráveis, interpretações marcantes, roteiro apaixonante e muita mais muita violência gratuita.
Abro espaço para expressar minha grande admiração e profunda estima pelo trabalho do genial diretor, que com convicção habita o monte Olímpio junto com Stanley Kubrick, Roman Polanski, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Jean-Luc Godard, Bernardo Bertolucci, José Padilha e Woody Allen para ficar apenas entre meus favoritos.
Devido ao recesso de fim de ano e a escassez de bons filmes que ainda não tive o prazer de me deleitar, revi e revivi Bastardos Inglórios, cujo lançamento fora datado no ano 2009, quando o mesmo concorreu na academia ao Oscar de melhor filme, mas que, no entanto, obteve, apenas, melhor ator coadjuvante (Chistoph Waltz).
A meu ver, foi no mínimo irrazoável o premio de melhor filme de 2009 dado à Guerra ao terror, o que levante sérios questionamentos acerca da motivação da academia para premiar, bem como os interesses econômicos e de bilheteria que envolve a escolha final.
2- Sinopse:
A trama é dividida em capítulos o que de inicio evidencia uma marca do cinema Tarantino, com isso o filme nos é apresentado com uma cena bastante trivial, qual seja, um camponês cortando lenha em um belo dia de sol, tudo muito idílico quando se avista lá no fundo um carro e com ele se anuncia a temida chegada do coronel nazista Hans Landa (Chistoph Waltz).
De pano de fundo está a segunda grande guerra e o terror do nazismo na dramaticidade da heroína Shosanna Dreyfus (Melaine Laurent) que testemunha a execução de sua família pelas mãos do coronel Hans Landa.
Shosanna escapa por pouco e parte para Paris, onde assume uma identidade falsa e se torna proprietária de um cinema.
Em outro capitulo, noutro lugar da Europa, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt) organiza um grupo de soldados americanos judeus para praticarem atos violentos de vingança. Posteriormente chamados pelo inimigo de “os Bastardos”, o esquadrão de Raine se une à atriz alemã Bridget von Hammersmark ( Daiane Kruger) em uma missão para derrubar os líderes do Terceiro Reich. O destino conspira para que os caminhos de todos se cruzem em um cinema, onde Shosanna pretende colocar em prática seu próprio plano de vingança.
3 - Pormenores:
Algumas cenas merecem destaque, lembremos algumas.
A atuação de Brad Pitt, interpretando o tenente Raine, é algo para ser estudado por todos os jovens que sonham um lugar ao sol no meio cinematográfico, e motivo de chacota para os que não têm um gosto refinado para arte em movimento, alguns desavisados dirão que Pitt e seu sorrisinho macabro não deram a seriedade que necessitava a um tenente incumbido de caçar nazista, contudo quem soube expectadores preparados entenderam a mensagem quase caricatural do tenente, afinal o que dizer da cena impagável no qual o tenente Raine e seus bastardos dialogam com coronel Landa na noite de estréia do filme, e Raine com um sotaque vagabundo tenta responder em Italiano as perguntas nazista, foi sensacional!
Ainda com o tenente Raine e os bastardos, o que dizer de trucidar o crânio dos nazistas com um taco de baisebool, exista uma mensagem mais aberta que está? Existe um objeto mais característico da cultura Estadunidense que um taco de beisebool? Portanto, essa mensagem seria a vitória do modelo defendido pelos EUA, em detrimento da cegueira produzida pela ideologia facista, Tarantino não deixou de expressar sua opinião.
Por fim, porém não menos relevante, destaca-se a estigmatização, ora como disse o tenente Raine, não existe nada pior do que lidar com gente que esconde seu passado, e para que isso não aconteça em tempos de paz, os bastardos fazem questão de registrar na testa de todos os nazistas que são poupados da morte uma enorme suástica de sua ideologia, para que com isso, ainda que sem uniforme e em uma bela praia, todos saibam que houve passado e que o passado não pode ser olvidado, sob pena de se voltar a cometer os mesmos erros.
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